Habilidades não cognitivas, como motivação e autorregulação, são tão relevantes quanto a inteligência para o desempenho escolar. É o que aponta um novo estudo detalhado na revista Nature Human Behaviour que desafiou a visão tradicional sobre o sucesso acadêmico. O trabalho foi liderado pela Queen Mary University of London, no Reino Unido, e contou com a participação de instituições de pesquisa de seis países. O artigo destacou que essas capacidades se tornam cada vez mais influentes à medida que a criança avança no ciclo da educação.
O estudo, que acompanhou mais de 10 mil crianças, de 7 a 16 anos, na Inglaterra e no País de Gales, utilizou uma combinação de estudos com gêmeos e análises baseadas em DNA para investigar a complexa interação entre genes, ambiente e desempenho acadêmico. De acordo com os pesquisadores, a influência das competências não cognitivas sobre o sucesso escolar cresce com o tempo, desafiando a antiga crença de que a inteligência é o principal fator determinante.
"Nossa pesquisa demonstra que habilidades não cognitivas, como determinação, perseverança e interesse acadêmico, são preditores significativos de sucesso", afirmou, em nota, Margherita Malanchini, professora sênior de psicologia na Queen Mary University e líder do estudo.