Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 40% dos brasileiros têm bruxismo, ou seja, quatro em cada dez pessoas no Brasil sofrem com esse problema, que pode acontecer tanto durante o dia quanto à noite. O bruxismo, ato involuntário de ranger ou apertar os dentes, pode causar desgaste nos dentes e dores se não for controlado.
A cirurgiã dentista Juliana Manzi explica que muitos pacientes acabam não percebendo que têm o hábito de apertar os dentes até que um exame revele marcas características na língua e bochechas.
"O estresse e a ansiedade são as causas mais comuns do bruxismo. Situações de alta tensão emocional podem levar ao ranger e apertar os dentes, tanto durante o dia quanto à noite. A pandemia de Covid-19, por exemplo, resultou em um aumento significativo dos casos de bruxismo devido ao estresse adicional que a população enfrentou", explica Juliana Manzi.
A predisposição genética também é um fator importante no desenvolvimento do bruxismo. "Pessoas que têm histórico familiar do transtorno são mais propensas a apresentá-lo em algum momento da vida. A hereditariedade influencia a maneira como os músculos da mandíbula respondem ao estresse. Além disso, a má oclusão [relações de mordida entre a arcada dentária superior com a inferior] dentária, ou desalinhamento dos dentes, pode causar tensão nos músculos da mandíbula, levando ao hábito de ranger ou apertar os dentes como uma tentativa de encontrar uma posição confortável para a mordida", acrescenta Manzi.
O estudante Gustavo Costa Nunes, 12 anos, descobriu que tem bruxismo há três anos durante uma consulta ao dentista. Ele conta que sente episódios de bruxismo com mais intensidade nos dias que está cansado ou exaltado. A mãe do Gustavo, Daise de Souza Costa, diz que o filho não percebe o que acontece: "Há noites em que ele fica bem, não tem crise, mas em outras é muito intenso, e alto. Eu já acordei por conta desse barulho dos dentes dele", relata Daise.