“Sem medo. Exuberante. Atraente”. É assim que a marca Jaguar define seu rebranding no material em que comunica um novo logo acompanhado de uma nova identidade visual totalmente reformulada. No dia 18 de novembro de 2024, em comunicado à imprensa, a marca não poupou adjetivos para marcar uma época de mudanças. Entre os pontos principais estão a revelação de um novo logo ‘completamente reinventado’, a retomada do espírito do fundador Sir William Lyons, que tinha com o lema o conceito “Copy Nothing”, ou seja, buscava a originalidade.
Novo Logo Jaguar
O novo logo da Jaguar deixa de lado as letras em caixa alta, o visual mais agressivo e a onça-pintada ou melhor, o “jaguar” como símbolo de força velocidade e elegância, para assumir uma marca mais sóbria, que aposta forte no trabalho tipográfico com letras arredondadas e sem serifas e traz muitas cores em sua paleta.
Apesar de buscar a originalidade, o resultado final lembra mais uma marca roupas e acessórios de moda qualquer feita para o público genz, do que uma marca de automóveis. O novo logo até parece tentar trazer mais complexidade com uma letra G em caixa alta no meio de uma tipografia em caixa baixa, mas não consegue sair de uma ideia que parece mais um ensaio do movimento Bauhaus. O resultado, no entanto, são formas básicas demais e totalmente sem personalidade. Um drama comum de muitos rebrandings do segmento, como o da GM e o da BMW.
A onça (que se chama Leaper – algo como ‘saltador’, em inglês) não foi completamente abandonada. Ela ainda aparece em uma outra aplicação, como a imagem a seguir que também não parece dizer muita coisa, além de muita ansiedade em fazer algo diferente. Ela, no entanto, deverá dar lugar a um outro elemento gráfico apresentado: um monograma que poderia facilmente ser o logo de um consultório de estética ou advocacia. “O monograma é um código de expressão e um significante de uma obra concluída. É usado como um floreio ou toque final.”, afirmou o release oficial da companhia.
“Para trazer de volta uma marca tão mundialmente renomada, tivemos que ser destemidos.
A Jaguar sempre estava no seu melhor quando desafiava as convenções. Essa essência é visa em nossa nova identidade de marca hoje e será revelado ainda mais nos próximos meses. Esta é uma reinicialização completa. A Jaguar se transforma para resgatar sua originalidade e inspirar uma nova geração. Estou animado para que o mundo finalmente veja a Jaguar.”, afirmou Rawdon Gloverm Diretor Geral da Jaguar no comunicado.
A companhia promete revelar mais uma parte do seu novo posicionamento com o que chamou de “a primeira instalação pública global” a ser apresentada na Miami Art Week.
Reação do público não foi nada positiva
Nas redes sociais, a nova marca e nova identidade visual não foram bem recebidos. Na publicação do novo logo no Facebook, uma série de comentários deram o tom de insatisfação. Entre as principais reações após o like, estão o emoji de risada e o de tristeza.
Entre os comentários mais curtidos está o de Callum Joyce, que publicou a imagem do logo anterior e escreve “The best one”, que em português pode ser interpretado como “O melhor”.
No Twitter não é preciso procurar muito para encontrar outras publicações de insatisfação com alto engajamento. “As vendas da Jaguar caíram 70% nos últimos 5 anos. Então, eles decidiram mudar seu logotipo icônico depois de 42 anos. Este é o maior downgrade de todos os tempos?”, afirmou um usuário que publicou ainda elementos da identidade antiga e nova lado a lado.
“A fabricante de automóveis Jaguar abandonou seu icônico logotipo de gato e adotou essa besteira moderna cheia de bobagens para “lançá-lo”. Eles ao menos conhecem o próprio cliente? Não é isso.”, analisou Darren Grimes, que já somava mais de 20 mil curtidas em sua publicação até o momento de publicação desta matéria.
E você, o que achou do novo logo e da nova identidade visual da Jaguar? Compartilhe sua opinião com a gente nas nossas redes sociais.
No Instagram, o cenário não é diferente: “Meu Deus. Estamos testemunhando suicídio de marca em 4K. ????”, comentou uma usuária da rede. Um comentário brasileiro pareceu ser dar um sopro de esperança de que tudo pode não passar de uma crítica à modernidade exacerbada. “Eles vão aparecer com um vídeo ridicularizando esse, deve ser uma ideia de campanha. Chama atenção com algo ridículo e lança: De volta as tradições PAAA um carro fodão de 1970 elétrico. Aí fecha: Nem toda modernidade é boa”, afirmou Raul Sena. Apesar de ser uma brincadeira de péssimo gosto do ponto de vista de gerenciamento de marca, a esperança de que esta teoria ser revele real é o que me fez ter esperança no momento em que fecho este texto.