O jornal The Economist, é uma publicação semanal inglesa centenária, de notícias e assuntos internacionais, editada em sua sede na cidade de Londres, no Reino Unido. O semanário britânico esteve em Sinop, capital do agrobusiness do norte do Mato Grosso, para entender o fenômeno cultural e econômico que vem mudando o Brasil. “Em duas décadas, o centro de gravidade político-econômico começou a mudar das costas úmidas para os vastos e áridos vazios do interior. Sua trilha sonora é o sertanejo é a bebida preferida é a cerveja gelada, em contraposição à caipirinha, bebida supostamente preferida na costa”, relata a reportagem, publicada na edição da semana passada.
Jornalistas de The Economist, estiveram em Mato Grosso para uma ampla reportagem sobre o município. A referência é de “Sinop agora parece o Texas e o futuro parece brilhante”. Sinop tem 200 mil habitantes e tornou-se o centro comercial e prestador de serviços do eixo da rodovia Cuiabá-Santarém. A rodovia é o maior corredor mundial de transporte de grãos.
Segundo o jornal “graças ao dinheiro e aos empregos gerados pelo boom agrícola, não apenas para os trabalhadores agrícolas, mas também para os trabalhadores da construção civil e outros, a população de Sinop aumentou 73% nos últimos 12 anos, passando pra 200 mil”.
A comparação com o estado norte-americano do Texas, deve-se ao espírito empreendedor e do trabalho árduo. Mas alguns dados são mesmo animadores. O aeroporto de Sinop é o quinto mais movimentado do Centro-Oeste. Movimentou nos primeiros sete meses deste ano 205 mil passageiros. Novas empresas. Sem desemprego. Relevante dizer que 60% do PIB de Sinop vem do comércio e da prestações de serviços. O agro é fundamental mas é o guarda-chuva que abriga debaixo todo um movimento econômico local e regional. No município circulam 155 mil veículos.
Ainda que no próprio Mato Grosso urbano, especialmente o da capital tente ignorar tudo isso, a realidade atropela. O preconceito urbano está concentrado especialmente em Cuiabá e Várzea Grande, nos setores mais atrasados da sociedade mato-grossense: setores das universidades, no serviço público, nos sindicatos e na educação, possivelmente por motivações ideológicas retardatárias. Ou, por simples e pura ignorância da realidade.
Sinop de certo modo, com o seu futuro brilhante, retrata o futuro do próprio Mato Grosso ao longo do futuro próximo. A geopolítica mundial nos empurra pra esse papel. Mas isso é motivo pra outro artigo.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
[email protected] www.onofreribeiro.com.br