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Social Quarta-feira, 22 de Junho de 2022, 18:11 - A | A

Quarta-feira, 22 de Junho de 2022, 18h:11 - A | A

Casa de Amparo insere fisioterapia na rotina dos acolhidos

As atividades fazem parte do processo de acolhimento e tratamento, como forma indicada, não apenas para a reabilitação dos pacientes, mas também a melhoria do condicionamento físico e mental dos integrantes.

Visando ampliar as chances de reinserção na sociedade de pessoas em situação de rua, a Casa de Amparo ‘Rogina Marques de Arruda’ - recém-inaugurada pelo prefeito Kalil Baracat – deu início, na última semana, à pratica de exercícios fisioterapêuticos. As atividades fazem parte do processo de acolhimento e tratamento, como forma indicada, não apenas para a reabilitação dos pacientes, mas também a melhoria do condicionamento físico e mental dos integrantes da casa.


“Essa dinâmica é necessária para que eles possam se movimentar, ainda mais porque passaram por várias situações difíceis nas ruas que, possivelmente, comprometeram a saúde física e mental desses pacientes. O tratamento fisioterapêutico possui um importante papel na melhoria da qualidade de vida e atua diretamente na promoção da saúde”, destacou a fisioterapeuta, Keller Cristina Leber.


De acordo com a profissional, as sessões de fisioterapia acontecerão uma vez por semana. E no decorrer das atividades físicas, serão realizados exercícios como a criação de jogos manuais, para ativar o equilíbrio e a mente. “Essas atividades são necessárias para estimular a concentração, bem como a coordenação motora”, detalhou.


A secretária de Assistência Social, Ana Cristina Vieira, disse que a Casa de Amparo ‘Rogina Marques de Arruda’ vem se destacando no atendimento as pessoas que se encontravam em situação de rua. “Além de abrigo, oferecemos alimentação, vestuário, tratamento médico e a oportunidade de se inserirem no mercado de trabalho, com a inscrição dos nossos acolhidos em cursos de capacitação. Nosso desejo é que eles tenham a oportunidade de um recomeço, uma nova chance para mudar de vida”.


A gestora disse ainda que uma das determinações do prefeito Kalil Baracat é que os acolhidos possam ter tratamento digno, para que restabeleçam sua saúde física e mental para que reconquistem autonomia estando aptos a tocarem a própria vida, seja no convívio com a família ou em sociedade. “E é neste sentido que estamos trabalhando, uma vez que também compartilhamos deste mesmo desejo”.


A psicóloga Priscila Cabral Lopes faz parte da equipe multidisciplinar da Secretaria de Assistência e atua na proteção social especial de alta complexidade. Ela explica que seu trabalho não tem caráter terapêutico, porém age na escuta qualificada dos usuários da casa e na identificação das demandas de cada acolhido. E, depois da avaliação, dá sequência aos encaminhamentos que se fizerem necessários.
“Por se tratar de uma população extremamente vulnerável que necessita de atendimento integral, realizamos a oferta dos serviços socioassistenciais e também viabilizamos o acesso a outras políticas. Um trabalho realizado em rede, promovendo a garantia de direitos. Durante a permanência deles na casa, são realizadas atividades que possibilitam a construção de novos projetos de vida, assim como o fortalecimento de vínculos sociais, comunitários e familiares”, destacou.


Já o coordenador do Centro POP - Centro de Referência Especializado para população em Situação de Rua -, Fábio Reveles, disse que a Casa de Amparo tem condições de abrigar 30 homens e uma família, mas que, no momento, 15 pessoas estão residindo no local. “Conhecemos cada uma das pessoas que estão nesta condição de rua, seus problemas e angústias. Grande parte possui vícios como álcool e drogas. Portanto, buscamos levar a eles solidariedade, humanidade e carinho, embora muitos ainda tenham resistam a essa ajuda”.


Ele disse ainda que o trabalho do Centro Pop é justamente dar apoio a essas pessoas, porém elas precisam estarem abertas a essa ajuda. “Aqueles que recebem acolhidas são encaminhados para a Casa e passam por diversas avaliações, já aqueles que não querem deixar as ruas. Nossa equipe também oferece comida. E, neste tempo mais ameno, fazemos a distribuição de cobertores”, completou.


O cacerense Josias da Cruz, 42 anos, é um dos acolhidos na Casa de Amparo ‘Rogina Marques de Arruda’. Ele conta que a bebida alcóolica o levou para as ruas, mas antes de chegar a essa condição, era casado e trabalhava como açougueiro, profissão que ele atuou por muito tempo. “Sou casado e tenho uma esposa bacana e que, mesmo a bebida tenha me levado para as ruas, nunca desistiu de mim. Sempre vinha ver como eu estava. Me convidava para voltar para casa, mas eu não tinha forças para deixar a vida que estava levando”, revela.


Foi aí que o Centro Pop passou a fazer parte da sua vida. “Foi quando resolvi me dar essa nova chance. Estou no ´processo de desintoxicação, e me reabilitando, para depois recomeçar a minha vida ao lado de quem amo. Hoje me envergonho da condição em que estava vivendo, mas tudo isso foi preciso para que eu pudesse ver que estava doente e que precisava de ajuda. Agradeço ao Centro Pop e a toda equipe que atuam nesta casa. Se não fossem o trabalho desses profissionais, talvez eu não pudesse estar aqui para contar a minha história. Serei eternamente grato por essa oportunidade, assim como todos que estão em tratamento nesta unidade”.


Josias Cruz disse que já tem um novo projeto de vida, ao lado da esposa. “Assim que eu tiver alta, vou voltar a trabalhar, e recuperar todo o tempo que eu perdi estando nas ruas. Estou me capacitando e vou sair desta casa de acolhimento um novo homem, para uma nova vida”, comemorou.

Kátia Passos Da Secom-VG

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, 26 de Dezembro de 2024