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Política Terça-feira, 29 de Abril de 2025, 11:10 - A | A

Terça-feira, 29 de Abril de 2025, 11h:10 - A | A

EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

ALMT discute avanço da chikungunya em Mato Grosso

Até a 17ª semana de 2025, a chikungunya já ultrapassou os casos que ocorrerem em 2024. Os casos confirmados este ano chegam a 27.240

Assessoria
MQF

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou, nesta segunda-feira (28), uma audiência pública para debater o crescente número de casos de chikungunya, dengue e zika no estado e, com isso, propor soluções para conter o avanço da doença. O evento contou com a participação de autoridades da saúde, representantes do governo e da sociedade civil.

A iniciativa partiu do deputado Lúdio Cabral (PT) e, segundo ele, o debate ocorre em meio a um cenário com surtos registrados em diversos municípios mato-grossenses. Os números da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti mostram que até a 17ª semana de 2025 já aconteceram 88 óbitos.

Desse total, 46 óbitos foram causados por vírus da chikungunya. O relatório aponta que foram registradas 17 notificações e 25 casos estão em investigação. Nos primeiros três meses de 2025, a chikungunya já ultrapassou os casos que ocorreram em 2024. Os casos confirmados este ano chegam a 27.240 pessoas contaminadas pela doença. No ano passado, nos 12 meses, foram registrados 21.146 casos da doença.

No início de 2025, Mato Grosso já registrou 16.129 casos de dengue, enquanto que, em todo 2024, ela vitimou 39.794 pessoas. A internação hospitalar por causa da dengue grave, em 2025, foi de 300 pessoas. Em 2024, as internações atingiram 999 pessoas. Em 2025, a Vigilância Epidemiológica registrou 55 óbitos por dengue (sendo 12 notificados, 26 outras causas e 17 sob investigação). 

Em 2025, a Vigilância Epidemiológica confirmou 513 casos da zika em Mato Grosso. Esse número é maior que o do ano passado, que registrou 387 casos. Neste ano, 25 gestantes foram contaminadas pelo vírus da zika.

"É um cenário inédito. Em outros anos, a dengue era a protagonista do arbovírus. O pico da chikungunya foi entre a semana três e sete de 2025. Os serviços de saúde estão sobrecarregados, o que dificulta o atendimento na rede atendimento básico” diz trecho do relatório da Vigilância Epidemiológica.  

Encaminhamentos - O deputado Lúdio Cabral (PT), que é médico e integrante da Comissão de Saúde, Previdência e Assistencial Social da ALMT, afirmou que vários encaminhamentos serão tomados pela Comissão de Saúde e, entre eles, propor ao Executivo estadual a capacitação dos profissionais da saúde do estado juntamente com os profissionais dos 142 municípios para lidar de forma mais eficaz no diagnóstico e no tratamento das doenças arboviroses. 

A outra questão levantada e que será encaminhada pela comissão é o das vacinas da dengue. Cabral disse ainda que é preciso o governo federal priorizar Mato Grosso para o envio da vacina da chikungunya, assim que estiver pronta, em 2026. Ele quer ainda a integração da Secretaria de Estado de Saúde com as outras secretarias de governo,  como, por exemplo, a de Educação.

O coordenador do Programa Estadual de Imunização, Marx Rocha Camarão, afirmou que o estado já recebeu cerca de 61 mil doses da vacina contra a dengue. Elas foram encaminhadas pelo governo federal em abril de 2024. Segundo ele, 35 dos 142 municípios do estado já receberam a vacina. 

“O cálculo para envio das doses foi feito através de internações de crianças de 10 a 14 anos de idade. Eles (Ministério da Saúde) verificaram que eram os casos mais graves, suscetíveis a óbitos. Em Cuiabá, por exemplo, já foram aplicadas 14 mil doses na 1ª e 2ª doses, em 2024 e 2025”, explicou Camarão. A meta do estado, segundo o coordenador, é de atingir 131 mil aplicações. 

O procurador do estado Milton Mattos da Silveira afirmou que a redução das doenças causadas pelo arbovírus passa pela mudança cultural da população. Segundo ele, parte da sociedade ainda tem costume de jogar lixo fora da lixeira e de não cuidarem de seus próprios quintais. 

“Isso é independente da classe social. Isso acontece desde o mais rico até a pessoa mais humilde. Por isso, a forma mais eficaz é investir em vacina. Ela tem que ser para todos e não apenas para uma faixa etária da população. A da dengue já existe, mas para a chikungunya será a partir de 2026. É preciso, ainda, investir na capacitação das pessoas (médicos e enfermeiros) ligadas à saúde”, disse Silveira.

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, 29 de Abril de 2025